terça-feira, 7 de maio de 2013

Laços & Nós

Somos...

O som, o soul, o fato e boato 
O gosto, o abraço o calor e o tato

A cor, o calor, a gula, a mistura
O ódio, o amor, o rastro e a loucura

A tara, a pele, o quente, o frio
O toque, a fala, o beijo e arrepio

A gana, o engano, o desejo, o drama
A alma, a cama, a calma e a chama

A fase, o silêncio, o sim e o não
A falha, a palavra e a quase razão

O mais, o menos, o vício, o veneno
O vem, o vai, o propício e pleno

Efeito, euforia, a dose, o tempero
A selvageria, a voz, o exagero

O alvo, alívio, o jeito e o gesto 
A cara, a metade, o inteiro e o resto

O caso, o olhar, a briga, a foda 
A perda, a ida, a volta e o agora

O contra, o sempre, o dentro e o fora
A fácil espera e difícil demora

Futuro, passado, um tanto presente
O puro, o errado, o certo e ausente

O encanto, o após e o durante da gente...

São laços
E nós 
De só 
Nós
2
Somente

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Três Cortinas

É ele
O velho karma
Vai e vem
E me desarma

Pouco longe
Nem tão perto
Quase incerto
Vem pra mim

Eu desperto
Se ele volta
E a gente não se solta
Outra vez 
Eu sei que é sério
É um mistério
E não tem fim

Ele sente
E me intimida

Permanece do meu lado
Eu durmo
Tô perdida
E quando acordo?
Ele deitado

O 1 é um problema
Quando eu penso
Acabou
De repente
O mesmo tema
Nosso show
Só começou

O 2 é o surtado
Um total apaixonado
Por demais inusitado
E um tanto infantil

Faz de mim
Só poesia
Drama
Amor e boemia

E eu senti?
Que ironia...

O encanto já sumiu

Ele tem um Q de artista
Personagem meio autista
Para ele
Sou a
Flor

"Por favor não insista
Sem querer ser pessimista
Mas isso não é amor"

Tem o 3
que é o distante
O blasé
O arrogante

É a própria interrogação

É o perfil
Do interessante
Culto, rico, inebriante
E grande mestre em sedução

Faz o estilo 
Casual
Um sujeito controverso
Ele é anti-social
Carinhoso 
E perverso

Demonstra um certo medo
Preso em leve timidez
Quando cede
Eu nunca cedo

Em resumo
Perco a vez

Só falo se ele fala
É aquele velho truque
O encontro sempre falha
E se estende ao facebook

Tediosa adrenalina
Tão fechada abertura

Um dos 3 só se destrava
Se eu abrir a fechadura

Desisti
Perdi a chave

E digo
"Adeus adrenalina"

Qual de nós será que sabe
como abrir minhas cortinas?

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quase Tudo

Incrível o poder da mente
O que se pede agora
Realiza de repente

Cuidado com o que deseja
Dizem que pode realizar
Espere que assim seja
Sem ter medo de acabar

Não há o que não haja
Não há o que não haver
Toda busca que se acha
Também há de se perder

As vezes já é tarde
Uma porta se fechou
Entenda que faz parte
Mais um ciclo encerrou
(...)
Talvez alguma fresta
Outro lado da janela
Tudo um dia se revela
Quando menos se espera...

sábado, 31 de março de 2012

Mesma Cena

Todo o dia a mesma cena
De manhã até à tarde
O ambiente lhe condena
E o desejo lhe invade

O fim que não termina
Volta atrás com recomeço
Transforma vira sina
E o lado certo do avesso

Os meses vão passando
perde encontra um novo encanto

Ela chega, ele parte
Se repelem lentamente
Outro dia se reparte
Em dois tempos diferentes

Ela prende, ele solta
Outra vez que evapora
Ele vai e ela volta
com os restos na memória

Todo o dia a mesma cena
mais um fim uma lembrança
Ela se envenena
outra vez com esperança
Dessa vez a coisa anda

Pensa alto, chora, grita
Ele volta a sentir falta
Ela finge que acredita

Todo o dia a mesma cena
Já passaram sete meses
A rotina crua e plena
se repete outras vezes

O outono enfim chegou
Folhas soltas vão caindo
Ele faz aniversário
E aos poucos vai sumindo

Todo o dia a mesma cena
Mesmo texto decorado
Ela para sente e entende
Ele não é meu namorado

Para o orgulho, impossível
A paixão que não preencheu
À razão quase invisível
Por pouco apareceu

Outra cena novo dia
O que era quente congelou
O roteiro perdeu linhas
E o outono acabou

O inverno surge intenso
Cada um no seu momento
Ele tenta, ela ignora
Sem nenhum constrangimento

Todo o dia a mesma cena
No trabalho, ele e ela
O silêncio que ela espera
Talvez só na Primavera

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

wish you were beer

Como todo mundo sabe, homem que é homem idolatra cerveja!
Entre devaneios, dicas no twitter, filosofias de buteco, muita cerveja em buteco, síndromes do dia-a-dia da série: a vida como ela é, pensei e repensei com meus botões e notei a extrema ligação que os queridos tem com cerveja, veja você: CADA UM COM A SUA CADA QUAL:
Pois bem:

1) Homem Kaiser - É aquele cara barato, pau-pra-toda-obra, você já consumiu várias e várias vezes mas sabe que ele realmente não se enquadra nos especiais. A gente acaba consumindo algumas vezes, geralmente quando já estamos levemente alcoolizadas e não existe mais nenhuma opção plausível pra aquela noite. O Homem Kaiser é uma espécie de estepe, ele serve, não é de todo ruim, mas também não te deixa satisfeita. Acaba geralmente, enjoando justamente por não ser tão bom quanto nós gostaríamos.

2) Homem Polar - Sabe aquela sensação de que "o cara" não tá presente? O homem Polar é esse, quando "o melhor não ESTÁ aqui"! O homem Polar é quase um homem Bi-Polar. As vezes te dá maior bola, as vezes se faz de fodão. Você nunca sabe direito mas (quase) sempre ele tá ali! É aquele delícinho, o fofinho, bonitinho, engraçadinho, cai bem, cai super bem, mas no fundo... ele é aguado. Falta substância, firmeza, não tem pegada, ou no fundo no fundo, ele é daquele tipo medrosinho, que falta atitude ou talvez idade pra te acompanhar direito. O homem Polar também são conhecidos como os amigos heteros de mulher, aqueles amigos que na verdade não são teus amigos, só querem te comer (mas não chegam a reta final).

3) Homem Skol - É aquele que desce bem, muito bem, o redondinho, o padrão! É o cara que é "a bola da vez"! O Homem Skol é aquele cara que é todo correto, o cara que a gente apresenta pros amigos, amigas e quando nunca, até pra família. Ele cai bem pra qualquer ocasião; se veste bem, é educado, sociável, bom de cama, chama atenção e te chama de dele! É ciumento, conservador e enxerga namoro até onde não existe! Espertas são aquelas que conseguem domar o Homem Skol, ele é realmente um (quase) tudo de bom, se não fosse por ser tão redondinho e... sorry, comum!

4) Homem Guiness - É o legítimo mala! O Homem Guiness é aquele que desce pesado, te deixa enjoada, só frequenta a elite, fala desde Marx até aquecimento global durante a noite inteira, mas ao invés de te acordar só te deixa com sono. Homens Guiness na minha opinião poderiam ser enquadrados de gays, pois Guiness não é cerveja de mulher, mas enfim, o cara Guiness vai te levar nos melhores restaurantes, nos melhores Pubs da cidade, nos melhores hotéis, nos melhores tudo... até você notar que na verdade você não queria algo assim TÃO encorpado. Após algumas noites com o homem Guiness, bate a dúvida: Onde é que tava minha Kaiser ou minha Polar mesmo?!

5) Homem Budweiser - É aquele cara em extinção! Aquele que é come-quieto, que mal aparece na mídia, mas nos anos 90 aprontou muito ou teve inúmeros problemas com a concorrência. O homem Budweiser é quase o perfeito. Ele é forte, é sexy, faz a pinta de macho, mas na verdade, a gente sabe que ele desce bem de leve. Esse cara metido a fodão vai te levar as alturas, tem ideias insanas, é aquele engraçado interessante com um humor sarcástico, é aquele que vai te levar pra cama provavelmente por te ganhar na lábia, na conversa e veja você... no riso.
o homem Budweiser no fundo ele é um sensível (basta a gente saber domar), é o amigo, talvez aquele que SE FINGE de amigo, o legítimo BUDDYweiser sabe?! Como eu disse acima, os Budweiser estão em extinção. Meu sonho é encontrar um desses pra mim mas ainda não caiu na minha horta, quer dizer, no meu "copo"!

6) Homem Heineken - É o querido que parece um pouquinho amargo! Grande parte dos caras Heineken são lacônicos, sérios, algumas vezes engraçadinhos mas a maioria gosta de estampar o seu mau humor, que convenhamos, é um charme. Após conhecê-lo melhor, você vê que o homem Heineken cai super bem, não te deixa enjoada, não é grudento e nem tem crises de ciúmes, porque esse jeitinho de garoto enxaqueca eles nunca tiram a máscara! Enjoamos dos Heineken a maioria das vezes por que esse ladinho amargo deles é só truque; no final você descobre que ele é um POÇO de sensibilidade!

7) Homem Nova Schin - É o loser, o aflito, o chato, o mala. Homens Nova Schin estão enquadrados na Velha Safra. São aqueles caras que surgem da gaveta quando você menos espera, aquele tipinho que quando você chega num churrasco de um semi-conhecido, lá está ele na gaveta - literalmente - te esperando! É o cara do "revival", o cara que te suplica por um "remember", o cara que você nem lembra mais que existe, aquele que certamente você já bebeu há muito tempo atrás, finge que NUNCA, esqueceu como é o gosto porque tem medo até de lembrar! Mas ele sempre volta como um assombro, um vulto, um exu, louco pra ser "bebido" novamente. Homens Nova Schin é uma pena, mas nem quando estamos bêbadas recorremos a vocês. :~

Moral da história: Devo investir nos destilados ou parar de beber?!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Relationshits

Será que é a pegada que deixa a mulher apegada?
Será que é o beijo que define o nível da trepada?
Será que é ele ou você que não te dá o devido valor?
Será que é só sexo ou existe amor?
Eles preferem as presas pra se sentirem mais livres.
Eles preferem as pobres pra se sentirem mais ricos.
Eles preferem as burras pra se sentirem mais inteligentes.
Eles preferem as dependentes pra se sentirem independentes.
Eles preferem as passivas pra se sentirem mais ativos.
Eles preferem as mulherzinhas pra se sentirem mais machos.
E se você causa medo...
Pode ter certeza. Ele vai ser o primeiro a ir embora mais cedo.
Será que é o início que determina o meio?
Será que é você ou ele que vai te dar freio?
Eles gostam de te dar rédeas curtas.
Querem uma lady na rua e na cama, uma puta.
Ele te deseja até o último minuto.
Até você perceber...
Ele não é teu amigo.
Ele só quer te comer.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pó de crer

Na calada da noite, se encontraram. Obra do acaso, obra do destino.
Os olhares se cruzaram em meio àquela multidão de pessoas, em meio à música alta, barulhos alheios, risadas frenéticas, cheiro de álcool e o perfume da ilusão.
Ambiente cheio. Cheio de pessoas vazias... E o olhar, a profundeza dos seus olhares.
Metros de distância, tão perto mas tão longe... Chegaram perto um do outro;
Ela vestia branco, olhos vivos, brilhantes, em choque, vibrante. Sorriso estampado, levemente tímida, com a imponência que sempre lhe foi peculiar.
Ele vestia o casaco que ela mais gostava. Postura baixa, abismado, olhos vivos, sério, vidrado. Com a insuficiência que sempre lhe foi peculiar.
A – Nem acredito, sério...
B – No quê? Tudo bem contigo? Que bom te ver.
A – Sempre, tudo ótimo...
(Suspira)
B – Eu nem sei o que falar.
(Ele sorri, fica em silêncio, olha pro chão.)
A – Não precisa falar nada. Isso fala por si só, acho.
B – Nunca fui bom nisso. Enfim, tu sabe, fiquei meio tenso agora.
(Ele puxa um cigarro, lhe oferece um cigarro, acende os dois.)
A – Não precisa, tu tá indo bem.
B – Eu nunca vou bem em nada, mas me sinto melhor agora... gostei disso... de te ver.
(O silêncio é ensurdecedor; eles param, se olham, sem saber o que dizer nem o que pensar.)
A – Lembra?
B – Do quê?
A – A primeira frase que ouvi de ti foi “Eu tenho o que tu quer!”, e hoje, não sei por que lembrei disso, parece uma parte II daquela primeira vez. Sinto assim.
B – Eu tenho o que tu quer?
A – Eu não sei, talvez nunca saiba... enfim, eu tô com um pouco de pressa, só parei pra cumprimentar um amigo, achei bom te ver. Mesmo.
(Ela vira as costas e acena de longe, dando adeus.)
B – Eu também, muito. Talvez tu tenha o que eu quero.
(Ela para e vira somente o rosto.)
A – Eu voei, como pó!
Responde simpática, sarcástica e vai.
Com muita pressa, como sempre lhe foi de costume, voou como pó, inteiramente pura, branca, fina, volátil, deixando-o com o coração acelerado, envenenado, e seus olhos, ainda mais vidrados.
Ele continuou ali, no mesmo lugar, parado, com um copo de uísque na mão. Sentia-se sozinho, confuso e bêbado, em meio à sobriedade caótica de pessoas aleatórias e inflado de memórias e pensamentos, guardados. Na calada da noite, cinzas que voaram. Um encontro relâmpago, expresso, fugaz. Brinde do acaso, que foi levado pelo vento. Um tanto de pó.
Pó de crer.
Pó de crenças, incertezas e desejos ocultos que jamais seriam desvendados pois simplesmente o vento levava, a brisa soprava, o ar sugava, o medo aspirava e a fantasia... virou pó, pó mágico.